A rosa atômica é a anti-rosa pálida, posterior àquela rosa que abria o teu dia. A anti-rosa defende a terra pelas visualizações das ionosferas. A anti-rosa é negra, aturdida, seu perfume veio de estrelas desfeitas em pó sobre o mar. A anti-rosa espera sem gramas no jardim.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
RECADO
VENHO DE UM LONGÍNQUO RECADO
PARA QUE EU CHEGASSE TODO O TEMPO
FOI PROSCRITO
E O SILÊNCIO TORNOU-SE ÚTIL A MINHA PASSAGEM.
O TEMA DA ROSA
O amor desfaz-se em pétalas
à medida do vento sobre ela,
a rosa, símbolo dessa coisa
frágil e bela.
Mas sem a rosa
os dias como que passam lívidos
e há pétalas soltas
junto com balas
perfurando livros.
à medida do vento sobre ela,
a rosa, símbolo dessa coisa
frágil e bela.
Mas sem a rosa
os dias como que passam lívidos
e há pétalas soltas
junto com balas
perfurando livros.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Homenagem à Sophia
Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas coisas que eu quero ver.
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz pricipitado
Sophia de Mello Breyner
E suportar é o tempo mais comprido.
Peço-Te que venhas e me dês a liberdade,
Que um só dos teus olhares me purifique e acabe.
Há muitas coisas que eu quero ver.
Peço-Te que sejas o presente.
Peço-Te que inundes tudo.
E que o teu reino antes do tempo venha.
E se derrame sobre a Terra
Em primavera feroz pricipitado
Sophia de Mello Breyner
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
POESIA DAS ESFERAS
Poesia é a minha praia.
Num mar artificial de palavras.
O Poeta é um fingidor,
a minha poesia não mente,
inventa, transtorna,
torna a dizer-te.
Intervirá sempre
abaterá a configuração das nuvens,
ela, como o vento sopra onde quer.
E sabe o que quer.
Há cores sobre ela,
há mundos sobre mundos.
Minha poesia
faz a separação entre as águas
e como paisagem clara
põe-se à vista de tudo.
Num mar artificial de palavras.
O Poeta é um fingidor,
a minha poesia não mente,
inventa, transtorna,
torna a dizer-te.
Intervirá sempre
abaterá a configuração das nuvens,
ela, como o vento sopra onde quer.
E sabe o que quer.
Há cores sobre ela,
há mundos sobre mundos.
Minha poesia
faz a separação entre as águas
e como paisagem clara
põe-se à vista de tudo.
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